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segunda-feira, 11 de maio de 2015

A Gota Transbordante



Ontem uma lágrima silenciosa escapou de meus olhos
Uma lágrima que continha um oceano de emoções
Emoções as quais, nem sempre é possível controlar
Lágrima essa que saiu devido a um transbordamento
Meu oceano de sentimentos transbordou, pois não conseguiu suportar tudo que guardo
Por mim, por ti, pelo mundo, pela vida e por nada ou ninguém.
Nessa lágrima continha o que de mais precioso eu guardo
O amor, o amor a vários, o amor a ninguém
Nessa única gota de água salgada que saiu de meus olhos,
Se alguém pudesse estudá-la, nada entenderia
Pois sinto que minha represa está confusa,
Misturada, já não se sabe mais quais são as nascentes que a alimentam
Já não se sabe mais se a água é doce ou salgada, densa ou leve,
Já não se sabe mais de nada, mesmo tendo a certeza de tudo que esta coabitando aquele lugar.
Essa gota escorrera por um descuido e falta de logística, na distribuição de água para os devidos lugares, e o fechamento de outros lugares que não precisam mais da água que sai de mim.
Faço uma oferenda,
Nessa imensa represa oceânica de sentimentos e emoções, a fim de que os Deuses dos Sentimentos e das Emoções possam se acalmar e me ajudar a acalmar, jogo uma taça de vinho, outra de champanhe e com um pequeno gemido, uma gota de meu sangue.
Na esperança de que tudo possa se acalmar.
Olho por cima e tudo de fato, aparenta estar calmo, mas quando mergulho, vejo guerra, mistura, redemoinhos, nada faz sentido.
Não há ordem alguma, apenas o caos reina.
Ergo meus braços em forma de oração, prece e súplica aos Deuses, pedindo que o caos se desfaça, e na esperança de uma resposta, sinto uma suave brisa em meu semblante, pedindo apenas fé e paciência.
E aqui eu fico, parado, observando a superfície calma de minha represa quase transbordante.

Bruno Marques